O Alkantara Festival - Mundos em Palco, tem uma extensão no Porto. Graças a isso, foi-me possível assistir ontem, no TNSJ ao um magnífico: H3, de Bruno Beltrão /Grupo de Rua de Niterói.
Bruno Beltrão, coreógrafo conceituado e premiado, não se limita a "trazer a rua para o palco." Desconheço se é cinéfilo, se se deixou influenciar pelo "West Side Story" de Robert Wise, que evoquei durante o espectáculo. O despojamento negro do palco, os jogos de luz e sombra, a utilização dos sons e da música, contribuem para a criação de um ambiente suburbano potencialmente gerador de conflitos.
Na página 17 da publicação que acompanha o festival, curiosamente ilustrada com uma série de imagens de página inteira do Museo Civico di Storia Naturale de Milão, realizada por Luciana Fina e Moritz Elbert, pode ler-se:
"Nove jovens organizados em solos, duos e trios. O palco despido, vazio. O fluxo contínuo de corpos. A coreografia minimal e uma tensão quase insuportável. (...) Beltrão continua a desenvolver o seu próprio vocabulário, no desafio entre a coreografia contemporânea e as várias formas de street dance (principlamente o hip-hop, mas não só), onde os clichés de ambos os géneros são questionados."
Imagino Holden Caulfied, protagonista livro de J.D. Salinger The Catcher in the Rye, deliciado com estas danças e estas imagens...
o meu filho é um intelectual
Há 9 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário