Namaskar!

Welcome! Bem-Vindos! Bienvenidos! Bienvenus!
Ensaio geral... Primeiros passos no mundo da blogosfera.
Muitas aprendizagens a fazer pelo caminho.
Duas frases de hoje:
1ª de promoção da leitura na Crosswords, livraria em Puna, Índia do Sul:
"You don't open a book, You open a mind".
2ª, ao acaso, nas obras de M. Yourcenar:
"Puisque le Temps est le sang des vivants, l'eternité doit être du sang d'ombre"

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Do Corpo e da Alma

Choro do Poeta Actual

Deram-me um corpo, só um!
Para suportar calado
Tantas almas desunidas
Que esbarram umas nas outras,
De tantas idades diversas;
Uma nasceu muito antes
De eu aparecer no mundo,
Outra nasceu com este corpo,
Outra está nascendo agora,
Há outras, nem sei direito,
São minhas filhas naturais,
Deliram dentro de mim.
Querem mudar de lugar,
Cada uma quer uma coisa,
Nunca mais tenho sossego.
Ó Deus, se existis, juntai
Minhas almas desencontradas.

Murilo MENDES, O Poeta Experimental, Summus Editora

terça-feira, 25 de maio de 2010

Alkantara Festival

O Alkantara Festival - Mundos em Palco, tem uma extensão no Porto. Graças a isso, foi-me possível assistir ontem, no TNSJ ao um magnífico: H3, de Bruno Beltrão /Grupo de Rua de Niterói.
Bruno Beltrão, coreógrafo conceituado e premiado, não se limita a "trazer a rua para o palco." Desconheço se é cinéfilo, se se deixou influenciar pelo "West Side Story" de Robert Wise, que evoquei durante o espectáculo. O despojamento negro do palco, os jogos de luz e sombra, a utilização dos sons e da música, contribuem para a criação de um ambiente suburbano potencialmente gerador de conflitos.
Na página 17 da publicação que acompanha o festival, curiosamente ilustrada com uma série de imagens de página inteira do Museo Civico di Storia Naturale de Milão, realizada por Luciana Fina e Moritz Elbert, pode ler-se:
"Nove jovens organizados em solos, duos e trios. O palco despido, vazio. O fluxo contínuo de corpos. A coreografia minimal e uma tensão quase insuportável. (...) Beltrão continua a desenvolver o seu próprio vocabulário, no desafio entre a coreografia contemporânea e as várias formas de street dance (principlamente o hip-hop, mas não só), onde os clichés de ambos os géneros são questionados."
Imagino Holden Caulfied, protagonista livro de J.D. Salinger The Catcher in the Rye, deliciado com estas danças e estas imagens...

domingo, 23 de maio de 2010

I ask not out of sorrow, but in wonder

So little

I said so little.
Days were short.

Short days.
Short nights.
Short years.

I said so little.
I couldn´t keep up.

My heart grew weary
From joy,
Despair,
Ardour,
Hope.

The jaws of Leviathan
Were closing upon me.

Naked, I lay on the shores
Of desert islands.

The white wale of the world
Hauled me down to its pit.

And now I don't know
What in all that was real.

Este foi o segundo dos 3 poemas do escritor polaco Czeslaw Milosz (1911-2004), para quatro vozes solistas e coro, com música de Peteris Vasks, magistralmente interpretado pelo Coro da Casa da Música, no concerto das 12:oo.
Se mais não houvesse neste domingo, estes breves minutos de vozes sussurradas, gritadas, apaixonadas, teriam por si só iluminado intensamente, o meu dia.

sábado, 22 de maio de 2010

Homenagem ao Sol

Sol! Pai Sol! Não cesso de me surpreender com o poder transformador que o Sol tem nas nossas vidas. Nós o veneramos, nós o adoramos, nós o admiramos na sua imensa glória!
"O Sol nosso de cada dia nos dai hoje..."
A sabedoria popular afirma: "Não há sábado sem Sol, Domingo sem missa e Segunda-feira sem preguiça." Será?
Sábado com Sol, banho de mar e mimo dos Amigos... gracias à la Vida!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Atopia

Descer da montanha, para a Babel do mundo da "civilização", não é uma experiência pacífica...
À falta de um dicionário pessoal, transcrevo algumas palavras do "Diccionario del malestar de la Cultura", do folheto da exposição "ATOPIA - Arte y ciudad en el siglo XXI, patente no CCCB, em Barcelona:
A - amnésia; B - beleza; C- crise; D- deus; E- emoção; F- ficção; G- globalização; H- história; I- internet; J-juventude; K- kassel; L- lugar; M- medo; N- natural; O- ortodoxia; P- poder; Q- quiosque; R- resistência; S- singular; T- turismo; U-utopia; V- verdade; W-web; Y- yo; Z- zapping.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vision Quest

"No alto da montanha,
bem pertinho do céu,
havia um castelinho
onde o Rei viveu.

De lá se via o Sol,
se via o céu, se via o mar,
no alto da montanha,
quem dera lá morar!"

Estas palavras de uma cançao que costumava cantar às minhas filhas, quando eram pequeninas, ganharam novos sentidos e novas memórias. Voltei a cantá-la, por estes dias, duas vezes, numa "Montanha Mágica", na Alta Garrotxa: no terceiro dia da "Busqueda de Vision" (Vision Quest) da filha mais velha. e a duas vozes ( a dela e a minha) na cerimónia final, junto de todas as pessoas envolvidas, num momento de funda emoçao.
Há tantos mundos no mundo! E, se houve dias na minha vida em que os "Sussurros do Divino" se fizeram ouvir, foram estes últimos.
Gracias a la Vida!...

sábado, 1 de maio de 2010

Sussurros do divino

A vida é feita de pequenos nadas, de grandes serras paradas, cruzando palavras que evocam Sérgio Godinho e Miguel Torga.
Nos momentos de maior melancolia, é no "colo" da Mae Terra que me acolho, que consigo encontrar (sempre) novos motivos de encantamento. E a Primavera é gloriosa!

Como o rumor do mar dentro de um búzio
O divino sussura no universo
Algo emerge; primordial projecto.

Sophia de Mello Breyner Andresen