O tempo é o que se faz com ele. Há dias que se sucedem aos dias sem que nada de extraordinário pareça acontecer. Rotinas, mais ou menos securizantes, nas quais nos encaixamos e que vão contribuindo para dar algum sentido e alguma medida ao quotidiano. E há dias dilatados, intensos, brilhantes. Dias com afectos, dias com amigos, dias em que estamos exactamente onde queríamos estar.
E em todos, mas todos os dias que vivo, há sempre lugar para a palavra, para a Poesia, porto seguro neste mundo de (acrescidas) perplexidades.
Não é qualquer ilusão
se estes olhos com que vejo,
olhos brancos e doirados,
revelam que o que faço
me faz a mim, me desvela,
à vela numa viagem
onde não há outro porto
que o mesmo de viajar:
mas o que vejo e revejo,
se me salva e me transporta,
existe aqui com as cores
que não fui eu que lhe dei.
Pedro Tamen,
o livro do sapateiro, D.Quixote
o meu filho é um intelectual
Há 9 anos
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