Namaskar!

Welcome! Bem-Vindos! Bienvenidos! Bienvenus!
Ensaio geral... Primeiros passos no mundo da blogosfera.
Muitas aprendizagens a fazer pelo caminho.
Duas frases de hoje:
1ª de promoção da leitura na Crosswords, livraria em Puna, Índia do Sul:
"You don't open a book, You open a mind".
2ª, ao acaso, nas obras de M. Yourcenar:
"Puisque le Temps est le sang des vivants, l'eternité doit être du sang d'ombre"
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sábado, 25 de dezembro de 2010

Tak Bat e outras singularidades

Os cambojanos plantam o arroz, os vietnamitas recolhem o arroz, os laocianos ouvem crescer o arroz...
Nao sei bem o que ha de verdade neste dito mas parece ser consensual que o ritmo aqui no Laos e mais lento. No Lonely Planet afirma se mesmo que LPDR significa Lao Please Don t Rush!
Estamos quase a chegar ao fim da nossa digressao pelo Laos. Hoje, num dia de Natal bem singular, vimos a hora do nascer do sol em Luang Prabang, o Tak Bat, o Morning Alms Giving, uma especie de procissao matinal dos monges, que recebem ofertas de comida e reverencias nas ruas por onde passam. Atravessamos uma ponte de bambu sobre o Nankham River, rio que desagua no Mekong, sentamo nos em silencio, vendo os barcos, os vultos dos monges, as hortas, as palmeiras, voltamos ao Wat Xieng Thong, deixamos Luang Prabang e voamos para Vientiane, onde vimos um sol enorme e laranja por se no Mekong.
Muito ficou por dizer destes dez dias, densos e intensos. Memorias ricas a explorar.
Dificil acreditar que e Dia de Natal, que se cumprem os rituais habituais desta epoca, que na Europa ha aeroportos fechados por causa do mau tempo.
Ha tantos mundo no mundo! Nao sei se se trata de metafisica ou tao so de diversidade de latitudes e longitudes...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tum Tum Cheng Cooking School

No decorrer desta viagem singular, ja me aconteceu sentir me do outro lado do espelho. Vou tentar explicar melhor. Ao viajar por sitios nao familiares, com manifestacoes culturais diferentes, a curiosidade, o desejo de compreender, levam me a observar, a fotografar, a olhar mais intensamente. Ora acontece que me sinto observada, escrutinada, com a mesma curiosidade com que observo.
Por exemplo, hoje. Inscrevemo nos num curso de cozinha do Laos, aberto desde 2001, ministrado por uma discipula do Chef Chandra, com larga experiencia culinaria.
Comecamos por ir a um mercado local Pho See, para aprender a reconhecer os legumes e os ingredientes a utilizar na confeccao dos pratos e, logo ai o nosso pequeno grupo foi olhado com um olhar etnografico pelos vendedores e vendedoras locais. Mais tarde, na cozinha aberta para a rua do restaurante em que tentavamos praticar, devidamente equipados de avental e barrete culinario na cabeca, fomos amplamente fotografados pelos (outros) turistas que passavam.
Mas a experiencia mais forte aconteceu no decorrer do tal trekking de tres dias, na semana passada, nas montanhas do Norte. Caminhamos ao longo de muitas horas, perto da fronteira com a China, por um trilho estreito e sinuoso, que poderia ter sido utilizado por guerrilheiros e contrabandistas. Na primeira noite, pernoitamos numa aldeia Lahu, no alto de uma montanha, literalmene perdida no meio de nenhures, cujos habitantes (seriam a volta de uma centena), viram brancos pela primeira vez ha menos de tres meses. O nosso pequeno grupo despertou entre eles uma enorme curiosidade. Vieram ver nos comer, observaram nos longamente, as nossas caras, as nossas roupas, os nossos gestos, os objectos que transportavamos. So nao nos fotografaram porque nao tinham maquinas fotograficas nem telemoveis.
A diferenca, mora nos dois lados do espelho.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mekong River

Contra as minhas expectativas, esta a ser possivel escrever aqui mais cedo do que julgava. Por isso quero registar que ja apresentei as minhas saudacoes ao grande Rio Mekong, que a partir de hoje vai passar a fazer parte da minha vida. Chegamos a Chiangkhong, na fronteira com o Laos, ja ao anoitecer. Preenchidas as burocracias necessarias a obtencao do visa de entrada (formularios, entrega de uma foto tipo passe e 35 dolares para o visa), ainda foi necessario escolher o tipo de refeicao que queremos amanha no barco, ir pousar as tralhas no quarto... e entretanto, ja era noite cerrada.
A viagem, num mini bus de 12 lugares, de Chieng Mei ate aqui demorou cerca de seis horas, as primeiras numa estrada principal, com bastante movimento, as ultimas por uma estradinha manhosa e esburacada. Paisagens deslumbrantes, de floresta e montes e montanhas de cumes arredondados como os dos templos khemer, que pude apreciar em pleno, uma vez que vim sentada a janela, no banco da frente.
A estadia na Tailandia, desde o inicio do mes ate agora, surpreendeu me pela positiva, de todos os pontos de vista. A natureza, a delicadeza e simpatia dos habitantes, os templos, os Budas doirados, a comida deliciosa, as massagens ... e esta enumeracao poderia continuar. Juro que da vontade de voltar. Viajar continua a ser, para mim fonte de aprendizagem e descoberta.
E nesta epoca natalicia (que vista daqui me parece tao irreal) tem vindo a ser o melhor dos anti depressivos e anti melancolias que algum dia poderia ter desejado para mim.