Namaskar!

Welcome! Bem-Vindos! Bienvenidos! Bienvenus!
Ensaio geral... Primeiros passos no mundo da blogosfera.
Muitas aprendizagens a fazer pelo caminho.
Duas frases de hoje:
1ª de promoção da leitura na Crosswords, livraria em Puna, Índia do Sul:
"You don't open a book, You open a mind".
2ª, ao acaso, nas obras de M. Yourcenar:
"Puisque le Temps est le sang des vivants, l'eternité doit être du sang d'ombre"
Mostrar mensagens com a etiqueta Tailandia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Tailandia. Mostrar todas as mensagens

sábado, 1 de janeiro de 2011

Anicca

Anicca e um conceito budista de impermanencia, que, a medida que os anos se sucedem aos anos, ganha mais sentido para mim.
Noite de Ano Novo em Bangkok, primeiro dia de 2011 em Bangkok. Por muitas imagens que tivesse, das fotografias e dos filmes, estar aqui e completamente diferente. Nao e comparavel a nenhuma das cidades que me foi dado ver ate ao momento. O Blade Runner, a ficcao cientifica, a banda desenhada futurista, sao palidas imagens.
Quando acabarem estas cinco semanas de viagens, vou voltar a escrever com os acentos, as cedilhas e tudo a que tenho direito.

Bom Ano Novo! Feliz 2011!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mekong River

Contra as minhas expectativas, esta a ser possivel escrever aqui mais cedo do que julgava. Por isso quero registar que ja apresentei as minhas saudacoes ao grande Rio Mekong, que a partir de hoje vai passar a fazer parte da minha vida. Chegamos a Chiangkhong, na fronteira com o Laos, ja ao anoitecer. Preenchidas as burocracias necessarias a obtencao do visa de entrada (formularios, entrega de uma foto tipo passe e 35 dolares para o visa), ainda foi necessario escolher o tipo de refeicao que queremos amanha no barco, ir pousar as tralhas no quarto... e entretanto, ja era noite cerrada.
A viagem, num mini bus de 12 lugares, de Chieng Mei ate aqui demorou cerca de seis horas, as primeiras numa estrada principal, com bastante movimento, as ultimas por uma estradinha manhosa e esburacada. Paisagens deslumbrantes, de floresta e montes e montanhas de cumes arredondados como os dos templos khemer, que pude apreciar em pleno, uma vez que vim sentada a janela, no banco da frente.
A estadia na Tailandia, desde o inicio do mes ate agora, surpreendeu me pela positiva, de todos os pontos de vista. A natureza, a delicadeza e simpatia dos habitantes, os templos, os Budas doirados, a comida deliciosa, as massagens ... e esta enumeracao poderia continuar. Juro que da vontade de voltar. Viajar continua a ser, para mim fonte de aprendizagem e descoberta.
E nesta epoca natalicia (que vista daqui me parece tao irreal) tem vindo a ser o melhor dos anti depressivos e anti melancolias que algum dia poderia ter desejado para mim.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Listas de Robinson

Aviso a navegacao: o meu portatil parece ter adormecido, isto na melhor das hipoteses... Como vou continuar a andar de um lado para o outro e bom que se habituem a ler me neste novo e imperfeito codigo.
Claro que tanto isso, como as picadelas dos mosquitos que parecem apostados em construir arquipelagos no meu corpo, como este meu nariz que desde ontem mais parece uma torneira, sao pequenas contrariedade que, nem de longe nem de perto, me ensombram os dias.
Ja muita agua correu sob as pontes depois do trekking nas montanhas da zona de Pai. A viagem de volta, num mini bus pejado de tailandeses, foi belissima. Estas montanhas do Norte ao amanhecer cobrem se de veus, lembrando as pinturas japonesas. Em Samoeng, a cerca de hora e meia de caminho de Chiang Mei, onde visitamos uns amigos de M., acontece o mesmo. Essa visita a uma familia austriaco tailandesa foi extremamente interessante. Encontrei pessoas da minha geracao que falavam a minha linguagem, embora comunicassemos num ingles imperfeito. No caminho vimos elefantes e bufalos. Na quinta vimos todos os animais domesticos que costuma haver nas quintas dos livros infantis. Ja nao me lembrava como os olhos vermelhos dos coelhos brilham de noite!
Em Chiang Mei estivemos num festival alternativo com concertos, um contador de historias que cantava episodios da vida de Lord Buda com uma folhas rectangulares enormes no colo, exposicao de fotografias e venda de produtos de agricultura biologica, brinquedos, roupas e por ai.
Acabo de me oferecer mais uma bela massagem, que este corpinho precisa de estar bem preparado para os proximos episodios.
Nos proximos dois dias vamos estar a caminho do Laos, de mini bus e de barco... e o que mais adiante se vera.
Estou a gostar muito desta viagem de Robinson, em que cada dia e diferente do anterior, as aprendizagens se multiplicam, o caminho se faz a andar...

PS Ecos destas palavras precisam se!!!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Uma caminhada na selva tropical

Nao tenho visto nem ouvido noticias. Aqui em Pai, cidade ultra turistica no Norte da Tailandia, vivem se intensamente uns dias de turismo interno e como tal foi necessario deixar a nossa bela e confortavel guest house a beira rio e partir em demanda de alojamento para esta noite o que nao foi nada facil. Finalmente conseguimos um lugar deixado vago por alguem que foi impedido de vir de Bangkok por causa das chuvas.
Hoje o ceu esteve todo o dia cinzento escuro, ameacando chuva, mas ate agora so cairam umas gotas. A escolha do dia de ontem para fazer o treking revelou se acertada. Foi uma das caminhadas mais desafiantes e mais ricas que me foi dado fazer em dias de vida. Caminhamos por montes acima, montes abaixo, (up and down, como dizia o nosso sabio guia Jacko). O grupo pequeno, de quatro pessoas, sendo eu a mais crescida, foi se adaptando ao meu ritmo. Caminhada pela selva tropical, densa, povoada de arvores belissimas e unicas, muitas de troncos enlacados. A remake do King Kong poderia ter sido filmada nestas jovens montanhas. De um dos pontos mais altos avistamos as montanhas da Birmania.
Pena que eu continue sem saber descarregar fotos para aqui.
Mais uma prova superada. Um dia verdadeiramente inesquecivel...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma tarde em Doi Suthep

Devo comecar por avisar que, como acabo de deixar o meu computador num computer center para ver se se consegue resolver o problema, continuo a teclar num computador alheio, dum posto de internet em Chiang Mei. Problema menor, eu sei. Os deuses e os budas dourados continuam a oferecer nos a sua proteccao.
O cansaco e a estranheza comecam a desvanecer se e a dar lugar a uma sensacao de enraizamento e bem estar. Talvez as estadias anteriores na India tenham de algum modo preparado o terreno, assim como a passagem pelo Mexico e pela Guatemala. Para dar so um exemplo, andar de tuk tuk passou a ser habitual, embora aqui nao tenham taximetros como em Puna. A honestidade e a gentileza dos tailandeses com quem nos temos cruzado deixa me muito agradavelmente surpreendida. Sei que nao sao as ilhas do sul, onde o turismo mais conotado com o pais e mais comum, mas sao sitios onde nos cruzamos com turistas de varias idades e condicoes, sao cidades habituadas a presenca dos ocidentais. Sorriso franco nos labios, os tailandeses desfazem se em atencoes, quando lhes pedimos ajuda.
E e muito bom viajar assim deste modo, construindo a viagem passo a passo. Ter tempo para ficar uma tarde inteira num Templo das montanhas dos arredores, para se deixar habitar pelo espirito dos lugares, sem correrias nem autocarro povoado sempre com as mesmas pessoas que se transportam do solo patrio. Foi o que fizemos hoje. Autocarro local, a baixo custo, na ida e na vinda de Doi Suthep, onde fica um dos templos considerados mais sagrados do Norte da Tailandia. Dificil de descrever, podem sempre digitar Doi Suthep no Google e visualizar as caudas de ceramica verde e amarela de duas gigantescas Nagas (serpentes sagradas) ao longo de uma escadaria de cerca de 300 degraus que conduzem a uma enorme Stupa dourada. Trata se de um sitio de peregrinacao e culto, com as habituais oferendas, gestos e posturas. Acendem se pequenas velas amarelas, queima se incenso, deixam se flores de lotus junto das estatuas que representam as muitas figuracoes assumidas pelo Senhor Buda.
Where is home, pergunta um jovem britanico a trabalhar no Afeganistao, que se sentou a nosso lado na vinda.
Planet Earth, responde M.
Hoje sinto me abencoada por ser uma habitante do Planeta Terra, assim, andarilhando por esse mundo alem.

domingo, 5 de dezembro de 2010

De longes terras

Devo desde ja avisar que estou a escrever num posto de internet em Chiang Mei, Norte da Tailandia, com teclado em tailandes. Dai a falta de acentos, de cedilhas, de travessoes e a justificacao de outras eventuais falhas que venham a ocorrer. A Internet no meu portatil nao desperta. Devo avisar tambem que mesmo o telemovel passa longos periodos adormecido. Pequenas contrariedades que nao chegam, nem de longe nem de perto, para diminuir a riqueza destes dias.
Tem sido um tempo tao intenso que nem eu propria acredito que so passou uma semana desde o momento em que a escolha deste destino foi feita.
Bangkok, para ja, foi pouco mais que uma escala, um hotel standard e um dos pequenos almocos melhores da minha vida. Em boa hora rumamos ao Norte. Primeira paragem na antiga capital, Ayutayya, propicia a um inicio historico, enraizado. Belissimas ruinas de antigos templos budistas, justificam plenamente a escolha da cidade com patrimonio mundial da Unesco.
Eduardo Maos de Tesoura parece tambem ter passado por la, a avaliar pela quantidade de elefantes em buxo espalhados pelos jardins, que tem a sorte de nao ter que transportar turistas em cortejo, como os verdadeiros elefantes que passam ao seu lado.
A visita ao Museu Nacional, com um fantastico acervo de imagens de Buda, uma sala do tesouro bem protegida e cheia de maravilhas resgatadas nas escavacoes dos templos, algumas pecas de ceramica e livros de adivinhos, cobertos de desenhos, valeu francamente a pena.
Ao final do dia partida para o Norte, para Chiang Mei (literalmente cidade nova). Foram dez horas, sim dez horas de comboio, num comboio estilo regional, bem incomodo, numa viagem nocturna em segunda classe, num lugar normal, numa carruagem onde havia muitissimos mais locais do que turistas. Noite em branco seguida de um dia intenso, sem descanso para o corpo nem para a alma. Se somarmos a isso tudo sete horas de diferenca horaria, encontraremos razoes de sobra para que os meus olhos teimem em piscar e que comece a ansiar pela posicao do Buda deitado. Atingir o Nirvana e uma meta demasiado longinqua.
Para fechar, refira se que hoje se celebra com toda a pompa e circunstancia que se possam imaginar, o aniversario do Rei, omnipresente e, tanto quanto e possivel observar, muito amado.
Ha pouco mais de uma hora, num mercado de rua ultrapovoado, toda a gente se imobilizou e guardou silencio absoluto enquanto se ouvia o hino nacional.
Agora, a caminho da Guest House, deveremos ver mais baloes a dancar nos ceus, puxados pelo mesmo vento quente que me despenteia o cabelo.
Saudo a chegada da minha alma, nesta noite de S. Joao fora do tempo e do espaco.