Namaskar!

Welcome! Bem-Vindos! Bienvenidos! Bienvenus!
Ensaio geral... Primeiros passos no mundo da blogosfera.
Muitas aprendizagens a fazer pelo caminho.
Duas frases de hoje:
1ª de promoção da leitura na Crosswords, livraria em Puna, Índia do Sul:
"You don't open a book, You open a mind".
2ª, ao acaso, nas obras de M. Yourcenar:
"Puisque le Temps est le sang des vivants, l'eternité doit être du sang d'ombre"

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tum Tum Cheng Cooking School

No decorrer desta viagem singular, ja me aconteceu sentir me do outro lado do espelho. Vou tentar explicar melhor. Ao viajar por sitios nao familiares, com manifestacoes culturais diferentes, a curiosidade, o desejo de compreender, levam me a observar, a fotografar, a olhar mais intensamente. Ora acontece que me sinto observada, escrutinada, com a mesma curiosidade com que observo.
Por exemplo, hoje. Inscrevemo nos num curso de cozinha do Laos, aberto desde 2001, ministrado por uma discipula do Chef Chandra, com larga experiencia culinaria.
Comecamos por ir a um mercado local Pho See, para aprender a reconhecer os legumes e os ingredientes a utilizar na confeccao dos pratos e, logo ai o nosso pequeno grupo foi olhado com um olhar etnografico pelos vendedores e vendedoras locais. Mais tarde, na cozinha aberta para a rua do restaurante em que tentavamos praticar, devidamente equipados de avental e barrete culinario na cabeca, fomos amplamente fotografados pelos (outros) turistas que passavam.
Mas a experiencia mais forte aconteceu no decorrer do tal trekking de tres dias, na semana passada, nas montanhas do Norte. Caminhamos ao longo de muitas horas, perto da fronteira com a China, por um trilho estreito e sinuoso, que poderia ter sido utilizado por guerrilheiros e contrabandistas. Na primeira noite, pernoitamos numa aldeia Lahu, no alto de uma montanha, literalmene perdida no meio de nenhures, cujos habitantes (seriam a volta de uma centena), viram brancos pela primeira vez ha menos de tres meses. O nosso pequeno grupo despertou entre eles uma enorme curiosidade. Vieram ver nos comer, observaram nos longamente, as nossas caras, as nossas roupas, os nossos gestos, os objectos que transportavamos. So nao nos fotografaram porque nao tinham maquinas fotograficas nem telemoveis.
A diferenca, mora nos dois lados do espelho.

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